Traffic
Traffic (Steven Soderbergh – 2001)
“Quando Kruschev foi forçado a entregar o cargo, ele se sentou, escreveu duas cartas e deu-as ao seu sucessor, dizendo: ‘Quando estiver numa situação da qual não haja saída, abra a primeira carta, e estará salvo. E, quando estiver em outra situação igual, abra a segunda.’ Logo, o sucessor se achou num mato sem cachorro e abriu a primeira carta, que dizia: ‘Ponha a culpa de tudo em mim’. Então, ele culpou o velho, e funcionou que foi uma beleza. Ele se achou em outra situação difícil, e abriu a segunda carta. Ela dizia: ‘Sente-se e escreva duas cartas’.”
Traffic foi adaptado de uma antiga série da TV inglesa de mesmo nome, e tornou-se o experimento do gênio Soderbergh, que usou a criatividade para fazer um filme inovador e importantíssimo não só no aspecto do entretenimento, mas essencialmente nas discussões sócio-cultural-econômico.
O filme foi dividido em 3 núcleos, no primeiro, os policiais da fronteira do México com os EUA, usa-se o tom amarelado na película, o que dá a sensação de envelhecimento e de clima desértico. No segundo, o mundo do czar anti-drogas, tudo é azulado, dando um clima sério e frio ao poder, e no terceiro, o núcleo do traficante norte-americano e sua família, é usado cores vivas, para mostrar a impunidade aos olhos naturais do espectador. Para isso acontecer o próprio Steven Soderbergh acumulou as direções fazendo também a fotografia do filme, sob pseudônimo de Peter Andrews, devido à negativa do Writers Guild of América que negou o pedido do acumulo de funções. Muitas vezes também é o próprio Soderbergh quem empunha a câmera, sem usar efeitos de estabilidade e usando luz natural quando possível.
AMARELO – Javier Rodriguez Rodriguez (Benicio Del Toro) é um policial honesto que para trabalhar precisa pagar as balas e algemas que usar. Seu esforço para acabar com a industria das drogas é inútil e ele acabará descobrindo da pior maneira possível. Mas é dele a sensacional e simplista solução – sim, resolver o problema das drogas é simples;
AZUL – Robert Wakefield (Michael Douglas) é nomeado o chefe do combate às drogas no país. Disposto a usar seu trabalho e sua inteligência para exterminar o trafico, Wakefield acaba esquecendo de começar o trabalho no local mais evidente. Sua solução encontrada é a mais centrada;
CORES VIVAS – Helena (Catherine Zeta-Jones) é a esposa do maior traficante nos EUA, Carlos Ayala (Steven Bauer), sumido desde Scarface (1983). Grávida, Helena descobre sobre os negócios do marido quando ele vai preso. Ah, e ela também encontra uma solução, só que no caso dela, do outro lado do jogo.
“Quando Kruschev foi forçado a entregar o cargo, ele se sentou, escreveu duas cartas e deu-as ao seu sucessor, dizendo: ‘Quando estiver numa situação da qual não haja saída, abra a primeira carta, e estará salvo. E, quando estiver em outra situação igual, abra a segunda.’ Logo, o sucessor se achou num mato sem cachorro e abriu a primeira carta, que dizia: ‘Ponha a culpa de tudo em mim’. Então, ele culpou o velho, e funcionou que foi uma beleza. Ele se achou em outra situação difícil, e abriu a segunda carta. Ela dizia: ‘Sente-se e escreva duas cartas’.”
Traffic foi adaptado de uma antiga série da TV inglesa de mesmo nome, e tornou-se o experimento do gênio Soderbergh, que usou a criatividade para fazer um filme inovador e importantíssimo não só no aspecto do entretenimento, mas essencialmente nas discussões sócio-cultural-econômico.
O filme foi dividido em 3 núcleos, no primeiro, os policiais da fronteira do México com os EUA, usa-se o tom amarelado na película, o que dá a sensação de envelhecimento e de clima desértico. No segundo, o mundo do czar anti-drogas, tudo é azulado, dando um clima sério e frio ao poder, e no terceiro, o núcleo do traficante norte-americano e sua família, é usado cores vivas, para mostrar a impunidade aos olhos naturais do espectador. Para isso acontecer o próprio Steven Soderbergh acumulou as direções fazendo também a fotografia do filme, sob pseudônimo de Peter Andrews, devido à negativa do Writers Guild of América que negou o pedido do acumulo de funções. Muitas vezes também é o próprio Soderbergh quem empunha a câmera, sem usar efeitos de estabilidade e usando luz natural quando possível.
AMARELO – Javier Rodriguez Rodriguez (Benicio Del Toro) é um policial honesto que para trabalhar precisa pagar as balas e algemas que usar. Seu esforço para acabar com a industria das drogas é inútil e ele acabará descobrindo da pior maneira possível. Mas é dele a sensacional e simplista solução – sim, resolver o problema das drogas é simples;
AZUL – Robert Wakefield (Michael Douglas) é nomeado o chefe do combate às drogas no país. Disposto a usar seu trabalho e sua inteligência para exterminar o trafico, Wakefield acaba esquecendo de começar o trabalho no local mais evidente. Sua solução encontrada é a mais centrada;
CORES VIVAS – Helena (Catherine Zeta-Jones) é a esposa do maior traficante nos EUA, Carlos Ayala (Steven Bauer), sumido desde Scarface (1983). Grávida, Helena descobre sobre os negócios do marido quando ele vai preso. Ah, e ela também encontra uma solução, só que no caso dela, do outro lado do jogo.
Comentários
TRAFFIC tem uma das cenas finais mais bonitas da história do cinema. Lembra? Com o Del Toro vendo as crianças jogando baseball e aquela música linda ao fundo... sabe que música é essa?
Ela tb toca na cena final de EXTERMÍNIO, do Danny Boyle.
Abs!
TRAFFIC não mostra a solução, mas aponta o caminho. Eu vi assim. A figura do policial honesto e competente (Don Cheadle), que não desiste nunca, o pai (Michael Douglas), que se dedica à filha, à família... e as crianças, os jovens longe das ruas, das drogas ao praticar esportes ou outras atividades sociais.
Só não sei os méritos de TRAFFIC são mais do Soderbergh (é o único dele que eu gosto)ou do Stephen Gaghan... o q acha? Vc viu SYRIANA? Gosta? Eu adoro...
Abs!
Ele diz que não é indo atrás dos traficantes que vamos resolver, e sim cuidando dos dependentes e alertando os jovens (um dos caminhos é o basebol)
O mérito do filme é do Soderbergh (q sou fã), não que o roteiro seja ruim, ele é ótimo, mas o modo como o cineasta o mostra é particular e sensacional. Adoro o Syriana tb, mas ele carece justamente das "inovações" de Traffic, que fez do roteiro algo facilmente digerivel, enquanto que com Syriana muitas coisas, que não prejudicam o entendimento, passam batidas.
E eu quis dizer que não houve solução na vida real. Ainda. Mas eu acredito que o caminho é isso o que vc falou eo que está em TRAFFIC.
Sobre o Soderbergh, vc deve ter razão. Nesse filme, eu acho que ele acertou em tudo.
Abs!
Acho que na vida real não houve interesse ainda muito devido a política. Mas acredito muito nela.
A cena é genial, e a personagem do Del Toro é um herói anônimo com todo o poder da palavra.
Vc tinha razão, a música foi composta pelo inglês Brian Eno, do U2, que memoria hein, e tb faz parte da trilha de Exterminio, chama-se An Ending (Ascent), e é linda demais. Faz parte tb do drama Clean, com Nick Nolte.
Cliff Martinez, colaborador de alguns filmes do Soderbergh e do Red Hot Chili Peppers é o responsavel pela trilha.
A música é linda! E que filme é esse? CLEAN?? Não conheço...
Bom, vou baixar a música. Obrigado, Cassiano!
Abs, e bom final de semana!
Abs!