Miami Vice

Miami Vice – Michael Mann – 2006

“Tempo é sorte!”

Tony Montana, depois de 23 anos de controle do tráfico de drogas em Miami, torna-se intocável, frio e calculista. Seu amigo e braço direito, Manny, acha que dentro de sua equipe há policiais infiltrados. Desconfiado, ele passa a investigar dois membros experts em logística.

Se Brian de Palma se chamasse Bryan Singer provavelmente estaríamos vendo o filme que acabei de escrever a sinopse, como nem tudo está perdido na Hollywood das adaptações em quadrinhos-de-seqüências-intermináveis, ressuscitar a personagem complexa de Tony Montana só mesmo em Miami Vice e com Michael Mann no comando do espetáculo. A realidade crua e documental de Scarface (1983) é transportada para os dias atuais na mesma Miami ensolarada e abastada.

Miami Vice está mais para O Informante (1999) do que para Collateral (2004) ou Fogo contra Fogo (1995), filmes de Mann. Apesar de ser um clássico filme policial, com todos as simbologias possíveis de uma película de ação, Mann utiliza, juntamente com a fotografia, recursos visuais e tecnológicos para dar mais sabor a sua obra. Ferrari, aviões e lanchas que corre a 315 km por hora para ir de Miami a Havana tomar um mojito.

O australiano Dion Beebe, vencedor do Oscar por Memórias de uma Gueixa (2005), é o responsável pela direção de fotografia do longa, na sua segunda parceria digital com Mann (a primeira foi Collateral). O uso das câmeras digitais só faz aumentar o estilo conhecido da filmografia do diretor, que imprimiu também ações reais de como trabalha a polícia e os criminosos de Miami, inclusive estudando a campo as operações de agentes infiltrados.

Os detetives Sonny (Colin Farrell) e Rico (Jamie Foxx) fazem parte de uma equipe de profissionais que se infiltra no submundo do tráfico de drogas e prostituição de Miami. O problema é que nesse mundo todos são profissionais e as tecnologias e o modus operandi se assemelham. Quando estão prestes a capturar um agenciador de garotas, a tarefa é interrompida por problemas com outro policial infiltrado numa quadrilha de drogas. A partir daí, o FBI solicita o apoio dos detetives para desmantelar uma quadrilha neo-nazista, mas acabam indo atrás de peixe maior, o quartel de drogas do colombiano Jesús Montoya (Luis Tosar). Veja o trailer aqui.

Destaque também para a trilha sonora, que mistura o clássico de Nina Simone em “Sinnerman”, com o pop de Phil Collins em “In the Air Tonight”, em versões de Felix Da Housecat's Heavenly House Mix e Nonpoint, respectivamente, além de canções hispânicas, em especial o cantor madrileno, José Ortega Heredia, mais conhecido como Manzanita – pequena maça, com a contagiante “Arranca”. A trilha ainda tem o sucesso, também remixado, de "Numb", do Linkin Park.

Comentários

Anônimo disse…
Não consegui fazer o download do mp3.
Museu do Cinema disse…
O arquivo tá corrompido, vou te mandar por e-mail, quem quiser tb é só deixar o e-mail que mando.
Kamila disse…
Eu gostei de "Miami Vice", Cassiano. É um filme bem feito, mas acho que a história deixa um pouquinho a desejar no quesito de empolgar o público.

E concordo com o comentário que você deixou lá no blog: chega de filmes adaptados de seriados de TV. :-)
Anônimo disse…
Meu amigo André de Leones disse e eu assino em baixo: "miami vice, de michael mann. alta definição, imagens granuladas das mais belas (tem uns rasgos de céu que nunca vou esquecer), violência da grossa, algum tédio ali pelo meio e o único problema sério: quando os personagens, especialmente o casal colin farrell/gong li, abrem as bocas. no mais, entretenimento razoável. e classudo, sim."
Museu do Cinema disse…
Pelo contrário Kamila, acho q empolga bastante, fazia tempo q não via a plateia vibrar com uma morte como foi com a do traficante.
Museu do Cinema disse…
Tb assino em baixo da crítica, entretenimento classudo!
Anônimo disse…
Cassiano, finalmente terminei a crítica de Eyes Wide Shut, que ainda tava incompleta e tentei deixar mais claro o negócio da AIDS. Espero que tenha dado para entender... e comentei também a sua crítica do referido filme, depois leia o comentário..

abs,
Túlio
Museu do Cinema disse…
Acabei de ler e responder Túlio. EWS