A Cor do Dinheiro
The Color of Money – Martin Scorsese – 1986 (DVD)
Por Otávio Almeida*
“You gotta have two things to win. You gotta have brains and you gotta have balls. Now, you got too much of one and not enough of the other.”
Do seu jeito, o ex-campeão de sinuca Fast Eddie Felson (Paul Newman) tenta ensinar o novato Vincent (Tom Cruise) a vencer com o coração. Pena que no caminho deles há uma bela mulher (Mary Elizabeth Mastrantonio). O que é melhor na vida de dois grandes jogadores? Sorte no amor? Ou no jogo? O problema é que eles sabem ser impossível conquistar as duas coisas. Nada que os impeça de tentar, mas o que antes poderia se tornar uma bela amizade ganha contornos de uma rivalidade, digamos assim, necessária.
Muitos filmes analisaram as semelhanças e contradições entre o velho e o novo, o professor e o aluno, o mestre e o aprendiz. Mas poucos foram tão intensos ao mostrar que ambos precisam cultivar a rivalidade para compreender seus próprios dons. Dessa forma, eles não conhecem somente a si próprios, mas também um ao outro.
Em A Cor do Dinheiro, Martin Scorsese dá seqüência ao trabalho de Robert Rossen em Desafio à Corrupção (1961). Mas por que o diretor recém-saído de filmes autorais como Taxi Driver (1975) e Touro Indomável (1980) decidiu continuar o filme de outro talentoso colega após 25 anos? Isso pode gerar uma bela (e saudável) discussão entre cinéfilos, mas todos os ingredientes de um filme de Scorsese estão presentes em A Cor do Dinheiro.
Nas mãos de qualquer outro diretor, o filme seria um típico olhar de Hollywood sobre o mundo dos esportes. Os mesmos clichês e conflitos de um profissional dividido entre o jogo e o amor. Aqui, Scorsese coloca todos esses conflitos na mente das personagens. É um épico intimista sobre eternos esportistas, jamais satisfeitos e sempre sedentos por desafios e vitórias. Tanto no jogo, quanto no amor.
Como se não bastasse, A Cor do Dinheiro tem um dos melhores trabalhos de montagem do cinema dos anos 80. A inspiração de Scorsese levou Paul Newman a ganhar um Oscar tardio. O ator virou fã do diretor para o resto da vida. Como todos nós, Scorsese já admirava Newman. Mesmo antes de Desafio à Corrupção. Mais uma vez, o velho e o novo se confundem (e se completam).
* Otávio Almeida é cinéfilo e blogueiro do Hollywoodiano.
Por Otávio Almeida*
“You gotta have two things to win. You gotta have brains and you gotta have balls. Now, you got too much of one and not enough of the other.”
Do seu jeito, o ex-campeão de sinuca Fast Eddie Felson (Paul Newman) tenta ensinar o novato Vincent (Tom Cruise) a vencer com o coração. Pena que no caminho deles há uma bela mulher (Mary Elizabeth Mastrantonio). O que é melhor na vida de dois grandes jogadores? Sorte no amor? Ou no jogo? O problema é que eles sabem ser impossível conquistar as duas coisas. Nada que os impeça de tentar, mas o que antes poderia se tornar uma bela amizade ganha contornos de uma rivalidade, digamos assim, necessária.
Muitos filmes analisaram as semelhanças e contradições entre o velho e o novo, o professor e o aluno, o mestre e o aprendiz. Mas poucos foram tão intensos ao mostrar que ambos precisam cultivar a rivalidade para compreender seus próprios dons. Dessa forma, eles não conhecem somente a si próprios, mas também um ao outro.
Em A Cor do Dinheiro, Martin Scorsese dá seqüência ao trabalho de Robert Rossen em Desafio à Corrupção (1961). Mas por que o diretor recém-saído de filmes autorais como Taxi Driver (1975) e Touro Indomável (1980) decidiu continuar o filme de outro talentoso colega após 25 anos? Isso pode gerar uma bela (e saudável) discussão entre cinéfilos, mas todos os ingredientes de um filme de Scorsese estão presentes em A Cor do Dinheiro.
Nas mãos de qualquer outro diretor, o filme seria um típico olhar de Hollywood sobre o mundo dos esportes. Os mesmos clichês e conflitos de um profissional dividido entre o jogo e o amor. Aqui, Scorsese coloca todos esses conflitos na mente das personagens. É um épico intimista sobre eternos esportistas, jamais satisfeitos e sempre sedentos por desafios e vitórias. Tanto no jogo, quanto no amor.
Como se não bastasse, A Cor do Dinheiro tem um dos melhores trabalhos de montagem do cinema dos anos 80. A inspiração de Scorsese levou Paul Newman a ganhar um Oscar tardio. O ator virou fã do diretor para o resto da vida. Como todos nós, Scorsese já admirava Newman. Mesmo antes de Desafio à Corrupção. Mais uma vez, o velho e o novo se confundem (e se completam).
* Otávio Almeida é cinéfilo e blogueiro do Hollywoodiano.
Comentários
As tacadas iniciais é genial, sem falar que o ritmo do filme, segue a risca o de uma partida de sinuca, a famosa bola 9 que ele explica no inicio.
Você disse que ia acrescentar algo sobre a trilha, não? Eu esqueci de citar canções como "It's in the way that you use it", com Clapton, e "Werewolves of London", com Warren Zevon... É uma trilha sensacional para um grande filme!
Abs!
Abraço!
Saudações e um abraço!
O texto do Otávio me faz querer ter vontade de assistir ao filme novamente e, desta vez, prestar atenção nos detalhes. :-)
E obrigado, pessoal! Vejam o filme mais uma vez... é demais!
Abs!
Bjs!