Blow Up
Blow Up - Michelangelo Antonioni – 1966 (DVD)
A genialidade de Antonioni em construir cenas cinematograficamente perfeitas, tem aqui seu veículo mais apropriado na história do fotógrafo-celebridade-boçal que trata as pessoas como imagens e vive no mundo materialista. Os frames são de qualidade poucas vezes vista na história do cinema, os enquadramentos perfeitos remetem a profissão do protagonista, uma cena em particular deixa isso evidente, é no momento em que o fotógrafo faz fotos para um editorial de moda em seu estúdio, várias modelos, simetricamente separadas, posam enquanto algumas paredes de vidro dividem o cenário, a câmera de Antonioni percorre a cena com esmero cuidado, não deixando de lado o propósito dela estar ali.
O fotógrafo Thomas (o bom ator David Hemmings – que hoje interpreta papéis menores em filmes como Jogos de Espiões (2001), Gladiador (2000)), faz fotos num parque londrino quando nota a presença de um casal namorando, suas lentes passam a focar nos enamorados, uma bonita jovem e um coroa, sua insistência acaba despertando a atenção do casal, a jovem então vai tomar satisfações e Thomas acaba argumentando que o local é público. Mais tarde em sua residência ele recebe a visita da jovem enamorada Jane (a jovem e bonita Vanessa Redgrave), que faz de tudo para conseguir os negativos das fotos do parque, sendo enganada pelo fotógrafo, que depois percebe que fotografou um assassinato e provavelmente fora o coroa enamorado.
Baseado no conto “Las Babas Del Diablo” do belga naturalizado argentino Julio Cortázar, que faz uma ponta no filme como mendigo, o escritor já foi outras vezes adaptado para o cinema, inclusive o nosso, com o mediano Jogo Subterrâneo (2005) e A Hora Mágica (1998).
O tempo no cinema de Antonioni não é o nosso. Cada minuto tem exatamente o tempo dele, lento, compassado e sem pressa. Para os cinéfilos Tarantinianos (e eu me incluo aqui), isso pode significar falta ou vazio, porque vivemos hoje no limite dos minutos, isso torna o filme um oásis perdido em nosso tempo. Outro ponto tocado por Michelangelo Antonioni é o questionamento da imagem como algo real.
Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1967, é o primeiro filme britânico que mostra nudez feminina frontal, assim como é a primeira película do cineasta italiano falando em inglês. Seu perfeccionismo com a imagem levou a produção a pintar de verde à grama do Maryon Park, pois o diretor não estava contente com a cor real. Para quem gosta de fotografias, as ótimas fotos do filme são do excelente Don McCullin, que você conhece mais clicando aqui.
Antonioni morreu em 30 de julho de 2007 e deixou um legado para as futuras gerações de cineastas e cinéfilos que o tornam imortal.
A genialidade de Antonioni em construir cenas cinematograficamente perfeitas, tem aqui seu veículo mais apropriado na história do fotógrafo-celebridade-boçal que trata as pessoas como imagens e vive no mundo materialista. Os frames são de qualidade poucas vezes vista na história do cinema, os enquadramentos perfeitos remetem a profissão do protagonista, uma cena em particular deixa isso evidente, é no momento em que o fotógrafo faz fotos para um editorial de moda em seu estúdio, várias modelos, simetricamente separadas, posam enquanto algumas paredes de vidro dividem o cenário, a câmera de Antonioni percorre a cena com esmero cuidado, não deixando de lado o propósito dela estar ali.
O fotógrafo Thomas (o bom ator David Hemmings – que hoje interpreta papéis menores em filmes como Jogos de Espiões (2001), Gladiador (2000)), faz fotos num parque londrino quando nota a presença de um casal namorando, suas lentes passam a focar nos enamorados, uma bonita jovem e um coroa, sua insistência acaba despertando a atenção do casal, a jovem então vai tomar satisfações e Thomas acaba argumentando que o local é público. Mais tarde em sua residência ele recebe a visita da jovem enamorada Jane (a jovem e bonita Vanessa Redgrave), que faz de tudo para conseguir os negativos das fotos do parque, sendo enganada pelo fotógrafo, que depois percebe que fotografou um assassinato e provavelmente fora o coroa enamorado.
Baseado no conto “Las Babas Del Diablo” do belga naturalizado argentino Julio Cortázar, que faz uma ponta no filme como mendigo, o escritor já foi outras vezes adaptado para o cinema, inclusive o nosso, com o mediano Jogo Subterrâneo (2005) e A Hora Mágica (1998).
O tempo no cinema de Antonioni não é o nosso. Cada minuto tem exatamente o tempo dele, lento, compassado e sem pressa. Para os cinéfilos Tarantinianos (e eu me incluo aqui), isso pode significar falta ou vazio, porque vivemos hoje no limite dos minutos, isso torna o filme um oásis perdido em nosso tempo. Outro ponto tocado por Michelangelo Antonioni é o questionamento da imagem como algo real.
Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1967, é o primeiro filme britânico que mostra nudez feminina frontal, assim como é a primeira película do cineasta italiano falando em inglês. Seu perfeccionismo com a imagem levou a produção a pintar de verde à grama do Maryon Park, pois o diretor não estava contente com a cor real. Para quem gosta de fotografias, as ótimas fotos do filme são do excelente Don McCullin, que você conhece mais clicando aqui.
Antonioni morreu em 30 de julho de 2007 e deixou um legado para as futuras gerações de cineastas e cinéfilos que o tornam imortal.
Comentários
Mesmo assim, nunca consegui assistir ao filme, apesar de algumas oportunidades (a mais recente foi no TCM). Encontrei o DVD nesta semana, em uma promoção, e mais uma vez, passei. Da próxima vez, acho que não vou ter mais desculpas. Ainda mais depois desse texto, Cassiano.
Blow Up é sim um filme clássico, você não deve perder a oportunidade de vê-lo ou até compra-lo.
É um cinema dificil, como pontuei no post, mas nem isso tira sua genialidade.
Aqui onde eu moro não é nada fácil encontrar esse tipo de filme. Assim sendo, continuo ignorando o grande cinema europeu do passado.
:(
Reza a lenda que tinha mais de mil bandeiras, mas pelos vídeos parece ter bem mais.
http://www.youtube.com/watch?v=w8eiCOywQgY
http://www.youtube.com/watch?v=ySvQgaXP-Hc
Saudações e inté! =D
Marcus, já falei isso antes e volto a repetir, a torcida do Grêmio, desde a segundona, tá carregando o time nas costas.
Esse filme é demais. Tenho em casa e não me canso de rever! Pinups, maconha, Jimmy Page, mímicos, Rolls Royce e uma bela trama de suspense, nada óbvia.
E como você mesmo escreveu, uma teoria da imagem mais acurada o torna um clássico! Outro filme que faz isso muito bem é "O céu de Lisboa", do mestre Wenders. São suspenses feitos para pensar, e não assustar.
Abs.