Elite Squad
“Pra mim quem ajuda traficante é cúmplice, tem que ir pra cadeia”!
BOPE – Batalhão de Operações Especiais – a tropa de elite da PM do Rio. “Se o Rio dependesse só da policia convencional, os traficantes já tinham tomado a cidade faz tempo”.
Todo mundo já conhece a história da pirateagem do filme, portanto vou poupá-los de mais uma. O filme foi baseado livremente no livro homônimo do sociólogo Luiz Eduardo Soares (ex-secretário nacional de segurança) e depoimentos de dois ex-policiais do BOPE, André Batista e Rodrigo Pimentel - esse ajudou ainda no roteiro, o filme tem na trama todas as características para ser considerado o novo Cidade de Deus (2002), além da presença de Daniel Resende, como editor, Bráulio Montavani como roteirista e Fátima Toledo como preparadora de elenco. Escrevi em 2005 que precisávamos fazer a retomada do cinema de Cidade de Deus (2002). E esse veio a ser o filme do qual sonhava.
A música do Tihuana, gravada em 2000 serve de pano de fundo, ela fala: tropa de elite osso duro de roer, pega um, pega geral. Também vai pegar você! E é exatamente assim que ela se define, “o símbolo do BOPE deixa claro o que acontece quando a gente entra na favela, e a nossa farda não é azul é preta”.
Duas cenas me marcaram muito em Tropa de Elite, a primeira é na discussão entre os universitários e o policial, quando todos criticam duramente a policia. E a outra é quando em meio a um cenário de guerra, com prédios e casas destruidas, os policiais do BOPE são recebidos a tiros, essa cena poderia muito bem fazer parte de O Resgate do Soldado Ryan (1998). “A verdade é que a paz no Rio depende de um equilíbrio delicado entre a munição dos bandidos e a corrupção dos policiais”.
“Eu precisava de um substituto... Mas quem disse que a vida é fácil?” Sob a ótica do Capitão do BOPE, Nascimento (Wagner Moura – de longe o melhor ator nacional da atualidade), que vai narrando os acontecimentos do dia em que foi pai e que conheceu o policial Neto (Caio Junqueira) e André Matias (André Ramiro). “O Neto era um cara impulsivo, que agia antes de pensar, já o Matias pensava demais, antes de agir”.
A direção de José Padilha de Ônibus 174 (2002), é segura e criativa – a cena nos morros é de uma realidade crua e impressionante. O treinamento dos atores com reais integrantes do BOPE foi duro, tiveram que comer no chão e passar pelas humilhações verídicas mostradas no filme. Neto foi inspirado, entre outros, na história real do tenente Vega, ex-integrante do BOPE, que caiu em combate por conta da impulsividade. “É por isso que nessa cidade todo policial tem que escolher; ou se corrompe, ou se omite, ou vai para guerra”.
Comentários
Cara...
Tropa de Elite está passando por uma fase de censura difícil, a galera vai ter que ficar no lance do baixar da net!
Isto é mais um ponto que me deixa curioso em relação ao filme, qndo a censura se preoucupa é que vem verdade crítica pela frente!
Quero muito ver!
Abraço!
meu cineblog:
http://eco-social.blogspot.com/
Pois é tchê, ratiamos em casa de novo! Que coisa, mas agora é ir pra cima do Palmeiras, alentar e seguir na luta. Lembre-se que nada é fácil pra nós, nunca.
Saudações e Abraços!
Com certeza irei conferir o filme, já que gosto muito do trabalho do José Padilha.
E assino embaixo do que você escreveu sobre o Wagner Moura. O melhor ator brasileiro do momento.
Quando assistir, comento algo.
Abraço!
Marcus, para cima do Palmeiras, mas tem que ir mesmo e jogar bola como na Libertadores.
Romeika, acho que a cena em questão já foi filmada com essa intenção, ali é mesmo um filme de guerra.
Kamila, além de ser baiano, o Wagner fez de uma novela algo bom! Já viu que coisa? E olha que a trama é um buracão só.
Rogério, obrigado, confira mesmo, eu vou aos cinemas rever assim que estrear nos cafundós do Brasil.
Ramon, esperarei seu comentário então. Abs.
Se o diretor mostrou o lado do bandido em quase uma defesa social do mesmo em seu documentário "Ônibus 174", com "Tropa de Elite" ele mostra o lado dos policiais, que não são mocinhos, e nem poderiam ser, pois não existe maniqueísmo nessa questão. O que ficou claro pra mim é que o grande culpado é aquele que financia o tráfico, aquele que acende um baseado, que cheira pó. É quase uma visão estreita e moralista do diretor, mas considerando as proporções que a guerra contra o tráfico atingiu no RJ, Padilha está mais do que correto em vilanizar o usuário da droga.
Aquela cena então quando o Matias começa a espancar o maconheiro "socialista" na passeata contra a violência é ótima.
Bom final de semana!
Abs!
Mas como Tropa de Elite será lançado nos EUA com a excelente marca dos irmãos Weinstein (marketing), creio que uma pequena esperança possa existir.
Com o apoio certo, causando a comoção correta, o Wagner tem tudo para alcançar um reconhecimento como esse.
Agora é dificil falar, eu pelo menos só vi essa interpretação digna de Oscar. Ouvi comentários sobre Daniel Day Lewis, e por se tratar de um PTA suas chances vão a lua, mas é muito cedo, para mim pelo menos, que não vi nenhum filme ainda, e claro que tb tem o lado brasileiro tb; enfim...
Particularmente, as únicas performances dignas de Oscar que eu vi esse ano, entre os atores principais, foram as de Chris Cooper (em "Quebra de Confiança") e Richard Gere (em "O Vigarista do Ano"). Infelizmente, não acredito que nenhum dos dois esteja na lista final da Academia.
De qualquer maneira, "Tropa de Elite" já começa sua trajetória internacional da maneira correta. Ter o apoio dos irmãos Weinstein é muito importante.
Agora grande parte da interpretação do Gere é por conta do diretor q soube explorar a potencialidade do ator e arrancar uma perfomance maravilhosa.
Abraço
Abs!
Pois é Kamila, agora é a hora!
Otávio, realmente!
Isso me deixa mais chocado do que qualquer obra de ficção, ainda mais sendo jornalista e acompanhando esta dura realidade de guerra civil que enfrentamos - além do apartheid social que vivemos.
Assim que vir o filme, comento!
Abs!
O filme é violento? Sim! Mas em nennhum momento há apologias, e se ele crucifica alguém são todos os envolvidos, ou seja, os traficantes, os policiais (que vendem armas), os consumidores (que sustentam) e os cumplices.
Pelo menos essa é a minha visão, e não vejo sentido ter outra! Se alguém me apontar onde o filme faz esse tipo de apologia desfaço meu post agora mesmo!
Agora se vc me perguntar, precisa o BOPE ser duro daquele jeito? Eu vou lhe dizer, "É por isso que nessa cidade todo policial tem que escolher; ou se corrompe, ou se omite, ou vai para guerra".
Em particular, não gostei da música do Tihuana ser utilizada no filme. Achei que gerou um clima meio comercial. Mas tudo bem, não é algo que comprometa em nada a qualidade.
GRANDE FILME!
"também vai pegar você!" é foda!