Joel e Ethan Coen
Talvez a dupla mais inventiva do cinema norte-americano. Donos de uma estética invejável e um senso de humor estranho e bastante peculiar, e por isso impagável. Os irmãos Coen são intelectualmente abastados, o que se prova com o ingresso dos dois, ainda adolescentes, na respeitada Simon's Rock College of Bard, uma especie de escola para meninos inteligentes, mas ainda sem idade para ingressar na faculdade.
Filhos de um professor de economia e uma professora de história da arte, Joel e Ethan Coen começaram no mundo do cinema refilmando filmes que assistiam na televisão com a ajuda de um vizinho. Após o colegial, Joel, 3 anos mais velho que Ethan, foi para Nova Iorque estudar cinema na Universidade da cidade, enquanto o irmão foi para Princeton e se formou em Filosofia em 1979.
Joel Coen realizou seu primeiro filme, na verdade um filme-teste de 30 minutos para a Universidade, chamado de Soundings, sobre uma mulher que faz sexo com o namorado surdo pensando e falando sobre o melhor amigo deste, que ouve do lado de fora do quarto. Após a faculdade, Joel continuou no cinema, ganhando experiência e técnica em edição, até trabalhar como assistente de diretor de Sam Raimi em The Evil Dead (1981). Três anos depois, Joel chamou seu irmão para lhe ajudar num roteiro, e assim veio o primeiro filme deles, o clássico Gosto de Sangue (1984).
Carregados de estilo com suas câmeras “voyeurs”, aquela que vê a cena de longe, sem ser notada, enraizados na história norte-americana – em geral a suburbana, com uma fotografia sempre muito bem realizada, e respaldados por uma forte cultura de film noir, homenageado em O Homem que não Estava lá (2001), os irmãos Coen carregam consigo um humor negro peculiar e transgressor, coberto das cores vermelhas da violência, e com a alma do “The Dude”, inesquecível personagem de Jeff Bridges em O Grande Lebowski (1998), que gostava – apenas – de jogar boliche e fumar o cigarrinho do capeta. Traduzindo em miúdos, eles são revestidos das melhores técnicas cinematográficas do cinema moderno, possuem um “background” invejável do cinema de Hollywood das décadas de 30, 40 e 50, e ainda assim não se levam nem um pouco a sério.
Responsáveis – dividido irmãmente – pelo roteiro, direção e edição de seus filmes, quer dizer, o editor é sempre o gênio Roderick Jaynes, Joel e Ethan Coen também usam regularmente os serviços do excelente Carter Burwell nas trilhas sonoras e Barry Sonnenfeld na fotografia, até esse virar diretor de filmes e ser substituído por Roger Deakins, na minha opinião um aumento de qualidade.
Joel e Ethan Coen são os novos membros da Sala Vip do Museu do Cinema, e a partir de hoje receberão uma retrospectiva a sua obra que incluirá todos os filmes da dupla: Gosto de Sangue (1984), Arizona Nunca Mais (1987), Ajuste Final (1990), Barton Fink (1991), A Roda da Fortuna (1994), Fargo (1996), O Grande Lebowski (1998), E aí meu Irmão, Cadê você? (2000), O Homem que não Estava Lá (2001), O Amor Custa Caro (2003), Os Matadores de Velhinhas (2004), Paris, Te Amo (2006), Onde os Francos não tem Vez (2007), Queime Depois de Ler (2008), e Bravura Indômita (2010).
No próximo post, dividirei com vocês uma sensacional entrevista que fiz por e-mail com Joel Coen, graças ao fundamental apoio do jornalista baiano Osmar Cardoso, leia aqui. Para o Ethan Coen, tentei comprar algum de seus livros, o de contos “Gates of Eden” ou o de poesias “The Drunken Driver Has the Right of Way”, mas ainda não foram lançados no Brasil, podendo ser encomendado pela amazon.com. Por isso, eu mesmo traduzi um poema do segundo livro, “Mr. Sands”, veja aqui.
Filhos de um professor de economia e uma professora de história da arte, Joel e Ethan Coen começaram no mundo do cinema refilmando filmes que assistiam na televisão com a ajuda de um vizinho. Após o colegial, Joel, 3 anos mais velho que Ethan, foi para Nova Iorque estudar cinema na Universidade da cidade, enquanto o irmão foi para Princeton e se formou em Filosofia em 1979.
Joel Coen realizou seu primeiro filme, na verdade um filme-teste de 30 minutos para a Universidade, chamado de Soundings, sobre uma mulher que faz sexo com o namorado surdo pensando e falando sobre o melhor amigo deste, que ouve do lado de fora do quarto. Após a faculdade, Joel continuou no cinema, ganhando experiência e técnica em edição, até trabalhar como assistente de diretor de Sam Raimi em The Evil Dead (1981). Três anos depois, Joel chamou seu irmão para lhe ajudar num roteiro, e assim veio o primeiro filme deles, o clássico Gosto de Sangue (1984).
Carregados de estilo com suas câmeras “voyeurs”, aquela que vê a cena de longe, sem ser notada, enraizados na história norte-americana – em geral a suburbana, com uma fotografia sempre muito bem realizada, e respaldados por uma forte cultura de film noir, homenageado em O Homem que não Estava lá (2001), os irmãos Coen carregam consigo um humor negro peculiar e transgressor, coberto das cores vermelhas da violência, e com a alma do “The Dude”, inesquecível personagem de Jeff Bridges em O Grande Lebowski (1998), que gostava – apenas – de jogar boliche e fumar o cigarrinho do capeta. Traduzindo em miúdos, eles são revestidos das melhores técnicas cinematográficas do cinema moderno, possuem um “background” invejável do cinema de Hollywood das décadas de 30, 40 e 50, e ainda assim não se levam nem um pouco a sério.
Responsáveis – dividido irmãmente – pelo roteiro, direção e edição de seus filmes, quer dizer, o editor é sempre o gênio Roderick Jaynes, Joel e Ethan Coen também usam regularmente os serviços do excelente Carter Burwell nas trilhas sonoras e Barry Sonnenfeld na fotografia, até esse virar diretor de filmes e ser substituído por Roger Deakins, na minha opinião um aumento de qualidade.
Joel e Ethan Coen são os novos membros da Sala Vip do Museu do Cinema, e a partir de hoje receberão uma retrospectiva a sua obra que incluirá todos os filmes da dupla: Gosto de Sangue (1984), Arizona Nunca Mais (1987), Ajuste Final (1990), Barton Fink (1991), A Roda da Fortuna (1994), Fargo (1996), O Grande Lebowski (1998), E aí meu Irmão, Cadê você? (2000), O Homem que não Estava Lá (2001), O Amor Custa Caro (2003), Os Matadores de Velhinhas (2004), Paris, Te Amo (2006), Onde os Francos não tem Vez (2007), Queime Depois de Ler (2008), e Bravura Indômita (2010).
No próximo post, dividirei com vocês uma sensacional entrevista que fiz por e-mail com Joel Coen, graças ao fundamental apoio do jornalista baiano Osmar Cardoso, leia aqui. Para o Ethan Coen, tentei comprar algum de seus livros, o de contos “Gates of Eden” ou o de poesias “The Drunken Driver Has the Right of Way”, mas ainda não foram lançados no Brasil, podendo ser encomendado pela amazon.com. Por isso, eu mesmo traduzi um poema do segundo livro, “Mr. Sands”, veja aqui.
Comentários
falow!
Romeika, obrigado, não diria que sou conhecedor, mas sim um fã dessa dupla. Tomara que essa retrospectiva lhe traga a vontade de ver mais filmes dos Coen.
Sou uma das poucas pessoas que não gosta muito de "Fargo", mas que é fã de obras como "O Grande Lebowski" e "E aí, meu irmão, Cadê Você?"
Vi 7 filmes deles.Com os posts espero me empenhar em achar os mais antigos que perdi.
Massa esse lance da entrevista hein!! Tais cheio de moral agora hehehe.
Fico aguardando os posts, abs!!
Graaande Cassiano!
Não mesmo Kamila, estou em extase.