Entrevista: Paul Thomas Anderson
Desculpem pessoal, mas tá dificil sair disso. Quem ainda não viu o filme, melhor nem ler. Achei que deveria compartihar com vocês essa entrevista que Paul Thomas Anderson deu para o site AV Club.
Quando foi seu primeiro encontro com o livro de Upton Sinclair?
Eu estava em Londres, em Covent Garden, e é impossível deixar passar. O título está nesse enorme letreiro vermelho com uma marca de exclamação. Oil! Essa foi a primeira vez que vi, ou ouvi. Eu nunca tinha lido Upton Sinclair. Eu nunca li The Jungle no colegial ou algo parecido. Mas é muito legal escrever.
Você o descreveu como um filme de terror. Você ainda sente dessa forma?
Eu sinto dessa forma em “Qual a melhor forma para ver essa história?” Sempre vem em sua mente formas ridículas de descrever, isso por qualquer razão que permita a comunicação com os outros, como, “Temos que pensar nesse filme como uma luta de boxe entre esses dois caras, e ataca isso como uma história de terror.” Essas são somente formas de descrever o que devem ser as ordens. Elas vêm facilmente, essas descrições.
Você escreveu a parte de Daniel Day Lewis. Você já o havia encontrado antes?
Não.
Então, enviar para ele um roteiro escrito pela metade foi um tiro no escuro?
Mais ou menos, mas tínhamos um amigo em comum que me fez saber como Daniel se sentia em relação à Embriagado de Amor (2002), que foi que ele estava incrivelmente lisonjeado. Então me muni disso para obter uma injeção de confiança. Sem isso não sei o que teria feito. Quero dizer, sim, eu teria me arriscado. Mas foi muito legal ter esse tipo de encorajamento para pensar, “Bem, ele gostou disso”.
Várias pessoas verão esse como um filme de mensagem porque o nome de Upton Sinclair está nele, mas por outras razões também. Você estava pensando sobre o capitalismo selvagem dos dias de hoje e o fanatismo religioso enquanto estava escrevendo e filmando?
Eu estava pensando que é melhor tomarmos muito cuidado para não fazermos isso. E o que eu quero dizer com isso é o que eu disse mais cedo, que comecemos a ver o filme como um filme de terror e uma luta de boxe. Você sabe que está começando a ver um filme sobre um prospector de petróleo independente e um cara que lidera uma igreja. Os riscos que você corre são grandes, longos discursos que colaborarão em “paralelizar” ou “alegorizar” se existirem essas palavras. [risadas] Nós pensamos, “Vamos ser cuidadosos” Isso é bem escorregadio, não é?
Claro, mas você sabe que está lá. Você deixou um pedacinho disso para evitar que as comportas se abrissem?
Eu suponho que é exatamente isso. É tão engraçado, porque idealisticamente, uma vez que você está sob a pele desses homens, tudo isso vai por água abaixo.
Existe um pedacinho de você que espera que as pessoas enxerguem uma mensagem anti-capitalista?
Eu espero que o filme traga paz ao oriente médio? Se pudermos ajudar nem que seja um pouquinho. Somos apenas um filme. [risadas]
Seus filmes sempre são muito certinhos. Eles podem parecer amplos, mas eles são muito claros. O pensamento de vários filmes independentes é ser ambíguo, talvez para seu próprio bem.
Eu tomo isso como o mais alto elogio, realmente. Obrigado. Eu realmente agradeço. Poderíamos ter chamado o filme de “Terá o final moralmente ambíguo”. [risadas] É muito legal você dizer isso. Obrigado.
O filme é dedicado a Robert Altman. Sua experiência trabalhando com ele em Praire Home Companion (2006) foi o que você esperava? Você o conhecia um pouco, não é?
Eu o conhecia muito bem, mais ou menos uns 10 anos, mas eu passei a conhecê-lo melhor nos últimos 3 ou 4 anos. Eu tinha que assistir Bob comandar esse filme, e eu vi como ele era bom em escapar de perguntas, da melhor forma. Ele era realmente muito bom em não se comprometer muito cedo. Ele não impõe sua vontade muito cedo. Ele amava trabalhar com as pessoas. Ele amava vê-las. Ele dá tempo para as coisas acontecerem, para crescer ou fenecer, e vê-lo fazer isso é uma grande lição de paciência. Porque ao final do dia, ele convidava todo mundo a trabalhar nesse filme, mas ele terminava conseguindo exatamente o que ele queria, e todos se sentiam como se tivessem feito parte disso, porque eles tinham. Eles realmente fizeram o filme com Bob. Como ele fez isso é uma lição para mim.
É algo que você acha que copiou? Parece que Sangue Negro colaborou muito com Daniel.
Tive muitas colaborações no passado – alguns atores e o staff têm trabalhado juntos há anos – e parecia que estávamos trabalhando em sincronia. Talvez tenha sido porque não tenhamos feito um filme juntos há algum tempo. Estávamos tão felizes em estarmos trabalhando juntos novamente, e trabalhar com algumas pessoas novas, como Daniel, e [produtor de design] Jack Fisk, e Jonny Greenwood. Nós realmente gostamos de fazer o filme. Eu ouso dizer que vários de nós gostaríamos de ainda estar filmando, e sentimos o seu final.
Isso lhe incentivará a mergulhar em outro filme mais rápido?
De maneira ideal. É algo que estamos todos conversando. Tiraremos um tempo e conversaremos sobre o que queremos no ano novo. Isso requer que eu escreva algo e achar algum tempo para fazer isso. Tenho esperança que não leve muito tempo.
Eu estava em Londres, em Covent Garden, e é impossível deixar passar. O título está nesse enorme letreiro vermelho com uma marca de exclamação. Oil! Essa foi a primeira vez que vi, ou ouvi. Eu nunca tinha lido Upton Sinclair. Eu nunca li The Jungle no colegial ou algo parecido. Mas é muito legal escrever.
Você o descreveu como um filme de terror. Você ainda sente dessa forma?
Eu sinto dessa forma em “Qual a melhor forma para ver essa história?” Sempre vem em sua mente formas ridículas de descrever, isso por qualquer razão que permita a comunicação com os outros, como, “Temos que pensar nesse filme como uma luta de boxe entre esses dois caras, e ataca isso como uma história de terror.” Essas são somente formas de descrever o que devem ser as ordens. Elas vêm facilmente, essas descrições.
Você escreveu a parte de Daniel Day Lewis. Você já o havia encontrado antes?
Não.
Então, enviar para ele um roteiro escrito pela metade foi um tiro no escuro?
Mais ou menos, mas tínhamos um amigo em comum que me fez saber como Daniel se sentia em relação à Embriagado de Amor (2002), que foi que ele estava incrivelmente lisonjeado. Então me muni disso para obter uma injeção de confiança. Sem isso não sei o que teria feito. Quero dizer, sim, eu teria me arriscado. Mas foi muito legal ter esse tipo de encorajamento para pensar, “Bem, ele gostou disso”.
Várias pessoas verão esse como um filme de mensagem porque o nome de Upton Sinclair está nele, mas por outras razões também. Você estava pensando sobre o capitalismo selvagem dos dias de hoje e o fanatismo religioso enquanto estava escrevendo e filmando?
Eu estava pensando que é melhor tomarmos muito cuidado para não fazermos isso. E o que eu quero dizer com isso é o que eu disse mais cedo, que comecemos a ver o filme como um filme de terror e uma luta de boxe. Você sabe que está começando a ver um filme sobre um prospector de petróleo independente e um cara que lidera uma igreja. Os riscos que você corre são grandes, longos discursos que colaborarão em “paralelizar” ou “alegorizar” se existirem essas palavras. [risadas] Nós pensamos, “Vamos ser cuidadosos” Isso é bem escorregadio, não é?
Claro, mas você sabe que está lá. Você deixou um pedacinho disso para evitar que as comportas se abrissem?
Eu suponho que é exatamente isso. É tão engraçado, porque idealisticamente, uma vez que você está sob a pele desses homens, tudo isso vai por água abaixo.
Existe um pedacinho de você que espera que as pessoas enxerguem uma mensagem anti-capitalista?
Eu espero que o filme traga paz ao oriente médio? Se pudermos ajudar nem que seja um pouquinho. Somos apenas um filme. [risadas]
Seus filmes sempre são muito certinhos. Eles podem parecer amplos, mas eles são muito claros. O pensamento de vários filmes independentes é ser ambíguo, talvez para seu próprio bem.
Eu tomo isso como o mais alto elogio, realmente. Obrigado. Eu realmente agradeço. Poderíamos ter chamado o filme de “Terá o final moralmente ambíguo”. [risadas] É muito legal você dizer isso. Obrigado.
O filme é dedicado a Robert Altman. Sua experiência trabalhando com ele em Praire Home Companion (2006) foi o que você esperava? Você o conhecia um pouco, não é?
Eu o conhecia muito bem, mais ou menos uns 10 anos, mas eu passei a conhecê-lo melhor nos últimos 3 ou 4 anos. Eu tinha que assistir Bob comandar esse filme, e eu vi como ele era bom em escapar de perguntas, da melhor forma. Ele era realmente muito bom em não se comprometer muito cedo. Ele não impõe sua vontade muito cedo. Ele amava trabalhar com as pessoas. Ele amava vê-las. Ele dá tempo para as coisas acontecerem, para crescer ou fenecer, e vê-lo fazer isso é uma grande lição de paciência. Porque ao final do dia, ele convidava todo mundo a trabalhar nesse filme, mas ele terminava conseguindo exatamente o que ele queria, e todos se sentiam como se tivessem feito parte disso, porque eles tinham. Eles realmente fizeram o filme com Bob. Como ele fez isso é uma lição para mim.
É algo que você acha que copiou? Parece que Sangue Negro colaborou muito com Daniel.
Tive muitas colaborações no passado – alguns atores e o staff têm trabalhado juntos há anos – e parecia que estávamos trabalhando em sincronia. Talvez tenha sido porque não tenhamos feito um filme juntos há algum tempo. Estávamos tão felizes em estarmos trabalhando juntos novamente, e trabalhar com algumas pessoas novas, como Daniel, e [produtor de design] Jack Fisk, e Jonny Greenwood. Nós realmente gostamos de fazer o filme. Eu ouso dizer que vários de nós gostaríamos de ainda estar filmando, e sentimos o seu final.
Isso lhe incentivará a mergulhar em outro filme mais rápido?
De maneira ideal. É algo que estamos todos conversando. Tiraremos um tempo e conversaremos sobre o que queremos no ano novo. Isso requer que eu escreva algo e achar algum tempo para fazer isso. Tenho esperança que não leve muito tempo.
Comentários
"Sangue Negro" passou longe dos cinemas da minha cidade e tive que apelar para uma cópia em DVD. Estou com dois filmes locados para conferir e depois verei o filme do P. T. Anderson. Volto por aqui para ler a entrevista.
Abraço!
To achando que terei que apelar p/ o piratão tb (embora até assim tá duro).Nao posso começar a noite de 24/02 sem Sangue Negro no curriculo.
Rogerio, espero que tenha sorte e consiga conferir antes do Oscar.
Abraços!
Alex, esses piratas estão cada vez mais especialistas, qualquer dia estarão melhores que os originais.
Kamila, eu avisei que não era para ler...
Eheheheheh...
Até a próxima!
Acho que a discussão não acaba tão cedo entre os cinéfilos que gostaram do filme.
Abs!
Parabéns!
Vai ser impossível se aproximar da tua paixão pela obra ao escrever a resenha. Hehe! Mas vou tentar.
Gostei do Paul, parece mais autêntico e humilde, que os Coen.
Ramon, obrigado, acho que quem gosta desse filme, gosta muito, não tem meio-termo.
Abraço!!!
Bom... Me ocorreu isso.
Abs!
Sem falarmos na música.
Abs!
Ainda mais depois da música clássica né?
Eu devo rever Sangue Negro hj e tirar mais detalhes.
Abs!
As regras estão linkadas no post "Informações". Valeu!
Abs