Jogos do Poder
Você conhece a história do garotinho e do Mestre Zen?
Charles Nesbitt Wilson é um congressista do Texas com fama de mulherengo, alcoólatra e viciado em cocaína. Em 5 anos como congressista, Wilson nunca chamou a atenção de seus eleitores, e muito menos da população norte-americana. Porém Charlie Wilson hoje é conhecido como um dos responsáveis pelo fim da guerra fria, é o que narra Jogos do Poder, o novo filme do veterano cineasta Mike Nichols, responsável por A Primeira Noite de um Homem (1967) e Closer (2004).
Baseado no livro de George Crile, Jogos do Poder (deve ter uns 54 filmes com essa tradução) nos mostra como os EUA conseguiram essa fama nada agradável pelo mundo. É incrível a capacidade dos norte-americanos em só se preocupar com seu mundinho, e ao mesmo tempo, fuçar pelo mundo inteiro. A bola de neve que Nichols constrói consegue condensar passado e presente e mostrar um caminho melhor pro futuro, não só para eles, mas se quisermos também resolver nossos problemas, a palavra construir deve ser mais utilizada.
Tom Hanks, se reinventando novamente, interpreta o político metido a galã que consegue a verba necessária para treinar e armar os mujahideens (guerreiros afegãos), que sofrem com a invasão russa, uma potência em guerra com os EUA. Com a ajuda de suas seletíssimas secretárias, da sua amante bilionária e ativista católica Joanne (A linda mulher Julia Roberts), e do porra-louca agente da CIA, Gust Avraeskrotos (Philip Seymour Hoffman – o ponto alto do filme), Wilson consegue persuadir o congresso a liberar uma fortuna, resultando no enfraquecimento do exército russo.
Mike Nichols traça, em pouco mais de 1 hora e meia, linhas fortes sobre Charlie Wilson, sem recorrer a maniqueísmos, freqüentes em produções estadunidenses. Contando ainda com o sensacional James Newton Howard que cria uma belíssima trilha sonora, um elenco de peso e afinado, e um roteiro enxuto, o diretor mostra como se faz um filme.
Comentários
Abs!
E, boas notícias: "Sangue Negro" estréia nesta sexta-feira por aqui! :-)
Apesar da má recepção da crítica por lá, Jogos do Poder é interessante sim.
Abraço e dá-lhe TRICOLOR!!!!
Kamila, confira, e viva Sangue Negro, vá VOANDO!
Pedro, o Hoffman é demais mesmo, um ator estupendo. Quer dizer que tb és gremista? Esse blog tá com uma frequência elitizada demais.
Ramon, até pode ter tido o lobby, afinal nos EUA o lobby não só é permitido como disciplinado, mas não acho que deveria ter sido explorado pelo roteiro. Todos nós entendemos as razões dos norte-americanos terem investido nessa guerra.