Cena de Cinema
Kill Bill Vol. 2 (Kill Bill Vol. 2 – Quentin Tarantino – 2004 – DVD)
Existe uma famosa regra nos filmes de ação em Hollywood. Eu chamo de clichê, os produtores devem chamar de dinheiro, e o grande público chama de “clímax”. Eu nem preciso assistir o novo Batman – The Dark Kinght (2008) para saber que o filme é dividido em três atos. O inicio, a apresentação do vilão da vez e o herói super poderoso, geralmente usando uma cena impactante (leia muitas explosões e violência); o meio, é onde se desenvolve a trama, menos ação; e o fim, ou popularmente conhecida como clímax, é onde o herói e o bandido se enfrentarão numa batalha de vida e morte, onde só um sairá vivo, e cheio de hematomas e arranhões, obviamente o herói.
Você pode chamar Sam Raimi, Christopher Nolan ou Bryan Singer, que são diretores regulares, com bons filmes no currículo, que a regra permanecerá a mesma. Alguns jornalistas elevam o status quo destes diretores, eu elevo a conta bancária, mas não com o meu dinheiro.
Quentin Tarantino já afirmou diversas vezes sua intenção em filmar Superman, ou até mesmo um filme do James Bond. Se eu sei disso, os donos dos estúdios sabem, mas largar uma regra “preciosa” como essa na mão de um cineasta de mão cheia não está nos planos dos figurões da industria cinematográfica norte-americana. Ficamos então no terreno das suposições, ou viagens, em imaginar Tarantino dirigindo Batman por exemplo. Iria ao cinema sem a certeza que o homem morcego sairia vivo de mais essa, afinal ele já matou John Travolta no começo de Pulp Fiction (1994), talvez até teríamos um dialogo interessante sobre as roupas justinhas do herói, mas a única coisa certa nessa película imaginária é que a famosa regra de ação iria para a puta que a pariu. Isso sim é cineasta, o resto é confeiteiro.
Essa introdução toda, com direito a palavras de baixo calão, é para apresentar a cena final de Kill Bill Vol.2 (2004). A sanguinária saga da Noiva (Uma Thurman) terá seu desfecho, isso já é mostrado na cena inicial em P&B com direito a cabelo esvoaçando e a frase: “É como os cartazes dos filmes anunciam: Uma fúria descontrolada por vingança. Eu me vinguei, e com fúria, mas só vou parar quando conseguir satisfação”. Alias, o próprio nome do filme é o final, mais clichê impossível.
Porém meus caros, estamos num filme de Tarantino, e ele nos trata logo de lembrar quando a Noiva chega na Hacienda que Bill se hospeda (David Carradine), armada até os dentes e como uma policial ela aponta finalmente para Bill, só um detalhe, o sanguinário Bill brinca de policia e bandido com a filhota de 4 anos B.B (Perla Haney-Jardine). Ainda não foi desta vez.
Existe uma famosa regra nos filmes de ação em Hollywood. Eu chamo de clichê, os produtores devem chamar de dinheiro, e o grande público chama de “clímax”. Eu nem preciso assistir o novo Batman – The Dark Kinght (2008) para saber que o filme é dividido em três atos. O inicio, a apresentação do vilão da vez e o herói super poderoso, geralmente usando uma cena impactante (leia muitas explosões e violência); o meio, é onde se desenvolve a trama, menos ação; e o fim, ou popularmente conhecida como clímax, é onde o herói e o bandido se enfrentarão numa batalha de vida e morte, onde só um sairá vivo, e cheio de hematomas e arranhões, obviamente o herói.
Você pode chamar Sam Raimi, Christopher Nolan ou Bryan Singer, que são diretores regulares, com bons filmes no currículo, que a regra permanecerá a mesma. Alguns jornalistas elevam o status quo destes diretores, eu elevo a conta bancária, mas não com o meu dinheiro.
Quentin Tarantino já afirmou diversas vezes sua intenção em filmar Superman, ou até mesmo um filme do James Bond. Se eu sei disso, os donos dos estúdios sabem, mas largar uma regra “preciosa” como essa na mão de um cineasta de mão cheia não está nos planos dos figurões da industria cinematográfica norte-americana. Ficamos então no terreno das suposições, ou viagens, em imaginar Tarantino dirigindo Batman por exemplo. Iria ao cinema sem a certeza que o homem morcego sairia vivo de mais essa, afinal ele já matou John Travolta no começo de Pulp Fiction (1994), talvez até teríamos um dialogo interessante sobre as roupas justinhas do herói, mas a única coisa certa nessa película imaginária é que a famosa regra de ação iria para a puta que a pariu. Isso sim é cineasta, o resto é confeiteiro.
Essa introdução toda, com direito a palavras de baixo calão, é para apresentar a cena final de Kill Bill Vol.2 (2004). A sanguinária saga da Noiva (Uma Thurman) terá seu desfecho, isso já é mostrado na cena inicial em P&B com direito a cabelo esvoaçando e a frase: “É como os cartazes dos filmes anunciam: Uma fúria descontrolada por vingança. Eu me vinguei, e com fúria, mas só vou parar quando conseguir satisfação”. Alias, o próprio nome do filme é o final, mais clichê impossível.
Porém meus caros, estamos num filme de Tarantino, e ele nos trata logo de lembrar quando a Noiva chega na Hacienda que Bill se hospeda (David Carradine), armada até os dentes e como uma policial ela aponta finalmente para Bill, só um detalhe, o sanguinário Bill brinca de policia e bandido com a filhota de 4 anos B.B (Perla Haney-Jardine). Ainda não foi desta vez.
Após todos os protocolos do reencontro da mãe com a filha, afinal ela estava em coma num hospital, o herói (a heroína) e o bandido se sentam a mesa de um delicioso jardim mexicano. Para os fãs de pancadaria ainda existe uma esperança, ambos estão com suas espadas, B.B dorme no quarto, e ainda existe uma conta para ser acertada. É verdade que uma mesa ainda os separa, mas nada que um pezada não resolva, é quando Bill finalmente dá a deixa para a pancadaria. A espada voa para um lado e para outro, e a dança da cadeira da Noiva que termina com singelos toques no corpo do seu adversário. Pronto, alguns segundos de “clímax”, e a saga de 4 horas termina no 5 pontos que Explodem o Coração e Ennio Morricone. É por isso que ainda existem pessoas apaixonadas por cinema.
Comentários
Tarantino é a síntese do cinema moderno. Uma pena que ele faça filmes com um intervalo tão grande. Mas, talvez aí é que resida sua genialidade.
vlws
Sérgio, eu gostei muito de Amnésia tb, e por isso mesmo classifico ele como regular, pq se por um lado ele fez o ótimo Amnésia, ele fez o péssimo Batman, o resultado é regular.
A qualidade que se refere é a luta!? Então é exatamente o que disse no post. Se fosse prolongada e sem a genialidade de Tarantino, seria um Batman e os cinéfilos odiariam o final. O grande lance do Tarantino, é que vc pode até detonar o cara, mas nunca vc poderá chamá-lo de previsivel, enquanto Nolan...
btw, muito bom o seu texto.
e não recomendo "Tell Me You Love Me", até escrevi no meu blog que não gostei, vi algumas pessoas falando bem, mas eu vi os dois primeiros episódios e no segundo eu já tava lutando contra a minha paciência. anyway, se for assistir dps me fala o que achou. =)
Marcel, obrigado, depois vou dar uma procurada no seu comentário de Tell Me You Love Me.
PS: Eu adoraria ver o que o diretor faria com personagens clássicos como Superman ou James Bond.
Porém, discordo sobre THE DARK KNIGHT. Até porque você disse que não viu e acho que, desta vez, meu caro amigo gremista, você vai gostar.
Abs!
Sei que o Nolan foi citado, apenas para falar do "The Dark Knight", cujo filme compartilho de sua opiniao. Porém, nao acho que ele seja esse confeiteiro nao.
Eh a primeira escorregada dele, pois Batman Begins eh mto bom.
Nolan quer é ganhar dinheiro pra seus proximos projetos. Tá certo ele.
Otávio, como gostar de um filme que já sei como é.
Rogério, Scorsese ganha muito dinheiro, Tarantino idem, PTA tb, os irmãos Coen. Esses cineastas são ricos fazendo arte, Nolan é rico fazendo bolo. É só a diferença!
Apenas acho que o Nolan ainda tem muito a render, apesar desse tropeço com o Morcegão.
Mas já que tá discutindo, vamos lá, o pior dos filmes do Scorsese ou Tarantino se pecou, pelo menos foi pela arte. O Nolan peca como confeiteiro. E Vamos esquecer esse cara, ele nem vale a discussão e com certeza tá com o ... cheio de dinheiro para tá se lixando para arte.