Une Famille Brésilienne

Linha de Passe – Walter Salles e Daniela Thomas – 2008 (DVD)

Não gosto do Walter Salles, acho ele um diretor medíocre (de mediano), amparado na fortuna do pai e no talento da Daniela Thomas. Também não gostei nem um pouco de sua entrevista a uma emissora russa onde ele “promove” o governo dizendo que no Brasil, de 6 anos pra cá, não há mais pobre. Nada contra sua ideologia política, afinal a maioria da população concorda com ele. O problema ai é a mentira, porque todo brasileiro sabe que ele mente. Se ele foi sarcástico, só denota sua falta de educação.

Dito isso me sinto livre pra discorrer sobre Linha de Passe, seu mais novo filme ao lado novamente de Daniela Thomas.

Como o nome diz, a analogia com o futebol foi reproduzida para evidenciar o ritmo do filme, as histórias dos 4 filhos de Cleuza (Sandra Corveloni) são contadas como numa linha de passe, ou seja, recebe-se a bola, dá uma caminhada, e toca pro lado pra depois receber novamente.No cartaz da película, a frase: A VIDA É O QUE VOCÊ FAZ DELA. E disso não se pode fugir. E a trama irá girar no centro da frase, através da vida da corintiana e doméstica Creuza, que tenta criar seus filhos na periferia de São Paulo, um é pastor de uma igreja, o outro motoboy, tem um aspirante a jogador de futebol, e o menor não se dá bem na escola.

Linha de Passe não traz nada novo. É burocrático e simplista, tem interpretações ricas e corretas – obviamente com Sandra Corveloni se destacando (ela ganhou o prêmio de melhor atriz em Cannes), mas o que peca é querer ser emotivo demais, e tentar arrancar lágrimas do espectador, repetindo a fórmula de sucesso de Central do Brasil (1998).

Comentários

Wesley disse…
esse filme é complicado,
gosto mto do roteiro, da criação dos personagens em situações limite. todos a beira do desespero, da pobreza interna, não se trata da pobreza monetária, eles são mostrados como pessoas pobres na tela apenas como metáfora para a nossa pobreza interior, nossas limitações como ser humano.
isso é mto legal.

mas a direção é tão careta e simplista q dá raiva as vezes, mas é um bom filme ainda.

a escolha de contar essa história d forma tão convencional perante um roteiro tão rico não foi acertada, o filme poderia ter tido uma linguagem mais contemporânea, marginal msm como o roteiro pede.

talvez o walter tenha ficado com medo de assustar as pessoas e afugentar o público, ou talvez ele apenas seja careta msm. não sei, não o conheço pessoalmente.
Ramon disse…
Eu gostei da obra, mas concordo com algumas colocações da sua resenha.
Não é nada espetacular e se utiliza de fórmulas emotivas demais.

Abs!
Caio disse…
Um dos três melhores filmes brasileiros da década. Nada de novo, mas o olhar do diretor é mais aprofundado.
Vinícius P. disse…
Concordo que o filme não traz nada de novo, mas não que força a barra para arrancar lágrimas - acho que isso é algo que o Walter sempre alcança naturalmente em seus filmes.
Kamila disse…
Eu gosto muito desse filme. Acho uma obra simples, porém que fala da vida com muita propriedade e verdade.
Kamila disse…
Cassiano, tem selo para você lá no blog.
Wally disse…
Discordo imensamente. Burocrático? Nem de longe. Simplista? Não, simples. Emotivo demais? Sutil demais. Apaixonante, terno e real, até a medula.

Ciao!
Ygor Moretti disse…
Discordo e concordo com o Wally rss, acho o filme bastante intimista sim, mas não são formulas para emocionar, muto ao contrario, não a emoção não , e sim uma secura nas vidas desperdiçadas ou caminhando de forma desordenada.

O rotero é bom a direção valoriza, da mais vida ao proprio roteiro e as atuações são bastante vivas.

Abraço e te mais!!!
Ótimo filme, um dos melhores do ano passado, senão o melhor.

Abs!!
Otavio Almeida disse…
Concordo! Walter Salles é medíocre e não conhece a pobreza do Brasil. É riquinho que faz filme de pobre sem conhecimento de causa. Aliás, nunca vi motoqueiro quebrando vidro de carro em SP com aquela violência. E olha que eu passo cerca de duas horas e meia por dia no trânsito dessa cidade ouvindo a CBN (e mais um pouco de rock) dentro do carro.

Como filme, o roteiro de LINHA DE PASSE vai do nada a lugar nenhum. Alguns podem ver que Walter Salles "deixa o público concluir", mas eu digo que ele não sabe pra onde ir pq não sabe do que está falando. A atriz é boa também. Já vi seu trabalho, inclusive, no GRUPO TAPA. Mas a premiação, claro, foi um exagero.

Abs!
Alex Gonçalves disse…
Cassiano, eu não sabia sobre essas informações ao qual você postou no primeiro parágrafo de "Linha de Passe", mas eu gosto do cinema de Walter Salles e acho ele um diretor muito bom. Não assisti ao filme, mas gosto bastante de "Central do Brasil", "Água Negra" e "Diários de Motocicleta". Mas eu tenho que admitir que até o momento não me senti entusiasmado em ver o filme (que está em meu computador há muito tempo), a sinopse não me é interessante.
Bruno Pongas disse…
Um bom filme, sem dúvidas!
PS: Também não sou dos maiores entusiastas do Walter Salles...

Muito legal o seu blog, cara... depois dá uma passada no meu também: www.moviefordummies.wordpress.com
Museu do Cinema disse…
Esse filme parece ter provocado amor e ódio no mesmo estágio. Nem um nem outro, é um filme mediocre, como alias a filmografia do Walter.
Unknown disse…
nem sei se lera o comentario vide a epoca desse artigo, mas torama, o que me deixou meio preocupado foi a forma que voce trata a linha de pensamento do diretor walter salles, chama-la de mediocre, por favor, estava lendo com carinho seus artigos mais depois dessa... vamos ter mais cuidado com as palavras... nao gostar e nao compartilhar da ideologia que propaga walter salles e uma coisa agora usar palavras como mediocre, isso so enfraquece sua critica...