Invictus
Invictus – Clint Eastwood – 2009 (Cinemas)
William Ernest Henley foi um poeta britânico do século 19. Filho de um vendedor de livros aos 18 anos teve que sustentar a mãe e seus irmãos mais novos, após a morte do pai. Dois anos antes ele escreveu um poema que o marcou para sempre. O nome do poema era Invictus (do latim invencível), e ele foi escrito na cama do hospital onde se encontrava internado para ter a perna amputada.
Invictus é o novo filme do cineasta Clint Eastwood, que tem se tornado um especialista em contar histórias reais carregadas de dramaticidade, mas coberta com o verniz de sua educação, sua personalidade ilibada e, principalmente, pelas escolhas que fez na vida.
Clint se tornou hoje em Hollywood um ícone de elegância nos gestos e nas palavras. Um homem carregado de cultura, mas forte de modéstia. Um diretor que usa o quase sussurro para dirigir. E assim são seus filmes mais recentes.
Prestes a completar 80 anos, Clint Eastwood nos traz a história de Nelson Mandela, o pacifista e ex-presidente sul africano que liderou o movimento contra o apartheid, e que possuí a força de um Ghandi ou de um Martin Luther King.
A película parte dos primeiros dias de Mandela como presidente da África do Sul, onde ele tinha duas saídas, ou governava para os negros, ou continuava governando para os brancos. Mandela encontrou uma terceira saída, o rúgbi.
É difícil deixar de fazer um paralelo entre Nelson Mandela e Barack Obama. Ambos são ganhadores do prêmio Nobel da paz, são negros e foram e são, respectivamente, lideres de seus países. Mandela fez o impossível, Obama nem a possível diminuição de emissão de poluentes. Mandela promoveu a paz fazendo os inimigos lutarem juntos, Obama quer provar que promove a paz enviando mais soldados para lutar contra os "inimigos".
INVICTUS
Da noite que me cobre,
Negra como um poço de alto abaixo,
Agradeço quaisquer Deuses que existam
Pela minha alma inconquistável.
Na garra cruel da circunstância
Eu não recuei nem gritei.
Sob os golpes do acaso
Minha cabeça está sangrenta, mas ereta.
Além deste lugar de fúria e lágrimas
Só o eminente horror matizado,
E contudo a ameaça dos anos
Encontra e encontrar-me-á, sem temor.
Não importa a estreiteza do portão, ¹
Quão cheio de castigos o pergaminho, ²
Sou o dono do meu destino:
Sou o capitão da minha alma. ³
Trad. para Português de Luís Eusébio
¹Alusão a Mateus 7:13-14; ² Referência à Biblía; ³ Declaração ateísta
William Ernest Henley foi um poeta britânico do século 19. Filho de um vendedor de livros aos 18 anos teve que sustentar a mãe e seus irmãos mais novos, após a morte do pai. Dois anos antes ele escreveu um poema que o marcou para sempre. O nome do poema era Invictus (do latim invencível), e ele foi escrito na cama do hospital onde se encontrava internado para ter a perna amputada.
Invictus é o novo filme do cineasta Clint Eastwood, que tem se tornado um especialista em contar histórias reais carregadas de dramaticidade, mas coberta com o verniz de sua educação, sua personalidade ilibada e, principalmente, pelas escolhas que fez na vida.
Clint se tornou hoje em Hollywood um ícone de elegância nos gestos e nas palavras. Um homem carregado de cultura, mas forte de modéstia. Um diretor que usa o quase sussurro para dirigir. E assim são seus filmes mais recentes.
Prestes a completar 80 anos, Clint Eastwood nos traz a história de Nelson Mandela, o pacifista e ex-presidente sul africano que liderou o movimento contra o apartheid, e que possuí a força de um Ghandi ou de um Martin Luther King.
A película parte dos primeiros dias de Mandela como presidente da África do Sul, onde ele tinha duas saídas, ou governava para os negros, ou continuava governando para os brancos. Mandela encontrou uma terceira saída, o rúgbi.
É difícil deixar de fazer um paralelo entre Nelson Mandela e Barack Obama. Ambos são ganhadores do prêmio Nobel da paz, são negros e foram e são, respectivamente, lideres de seus países. Mandela fez o impossível, Obama nem a possível diminuição de emissão de poluentes. Mandela promoveu a paz fazendo os inimigos lutarem juntos, Obama quer provar que promove a paz enviando mais soldados para lutar contra os "inimigos".
INVICTUS
Da noite que me cobre,
Negra como um poço de alto abaixo,
Agradeço quaisquer Deuses que existam
Pela minha alma inconquistável.
Na garra cruel da circunstância
Eu não recuei nem gritei.
Sob os golpes do acaso
Minha cabeça está sangrenta, mas ereta.
Além deste lugar de fúria e lágrimas
Só o eminente horror matizado,
E contudo a ameaça dos anos
Encontra e encontrar-me-á, sem temor.
Não importa a estreiteza do portão, ¹
Quão cheio de castigos o pergaminho, ²
Sou o dono do meu destino:
Sou o capitão da minha alma. ³
Trad. para Português de Luís Eusébio
¹Alusão a Mateus 7:13-14; ² Referência à Biblía; ³ Declaração ateísta
Comentários
E é o melhor filme sobre política dos últimos tempos, e uma das melhores cinebiografias dos últimos tempos sem, em momento algum, traçar o paralelo de querer ser uma. Ninguém consegue falar tão bem sobre tantos assuntos sem ser descaradamente direto.
porém, curti bastante o seu review, principalmente mostrando o poema. é realmente belo.