Parábola do Mês
A menina morava numa ilha.
Ficar entre os adultos a aborrecia e dava medo. Os rapazes da sua idade não a agradavam por isso estava sempre só.
Entre as gaivotas e os coelhos selvagens.
Tinha descoberto uma pequena praia afastada onde o mar era transparente e a areia rosa.
Adorava o lugar.
A natureza tinha cores lindas e nada fazia barulho.
Ia embora ao pôr do sol.
Certa manhã surgiu um veleiro.
Os barcos que passavam por lá eram geralmente diferentes. Este era mesmo um veleiro! Dos que atravessavam os mares e tempestades do mundo todo, e talvez fora do mundo.
Visto de longe fazia efeito, de perto parecia misterioso. Não se via ninguém a bordo. Ficou perto por pouco tempo e logo começou a virar, se afastando, silenciosamente, como havia chegado. A menina estava habituada aos caprichos dos homens, nem ligou. Mas apenas chegou à margem, eis que...
Um mistério, sim, dois não. Quem cantava? A praia estava deserta. Mas a voz estava ali. Ora perto, ora longe. Houve um momento que pareceu vir do mar...
Ou de trás das pedras. Tantas pequenas pedras, não dava mais para perceber, eram como se fossem de carne a voz naquele ponto, era muito doce. Mas quem cantava? Todas cantavam. Todas.
Ficar entre os adultos a aborrecia e dava medo. Os rapazes da sua idade não a agradavam por isso estava sempre só.
Entre as gaivotas e os coelhos selvagens.
Tinha descoberto uma pequena praia afastada onde o mar era transparente e a areia rosa.
Adorava o lugar.
A natureza tinha cores lindas e nada fazia barulho.
Ia embora ao pôr do sol.
Certa manhã surgiu um veleiro.
Os barcos que passavam por lá eram geralmente diferentes. Este era mesmo um veleiro! Dos que atravessavam os mares e tempestades do mundo todo, e talvez fora do mundo.
Visto de longe fazia efeito, de perto parecia misterioso. Não se via ninguém a bordo. Ficou perto por pouco tempo e logo começou a virar, se afastando, silenciosamente, como havia chegado. A menina estava habituada aos caprichos dos homens, nem ligou. Mas apenas chegou à margem, eis que...
Um mistério, sim, dois não. Quem cantava? A praia estava deserta. Mas a voz estava ali. Ora perto, ora longe. Houve um momento que pareceu vir do mar...
Ou de trás das pedras. Tantas pequenas pedras, não dava mais para perceber, eram como se fossem de carne a voz naquele ponto, era muito doce. Mas quem cantava? Todas cantavam. Todas.
* Extraída do filme O Deserto Vermelho (1964) de Michelangelo Antonioni, narrado em off. Disponível em DVD.
Comentários
Deixei um MEME pra você, lá no blog!
Abs!
Parabéns, sempre, pelo teu blog!
Cultura na veia:
http://culturaexmachina.blogspot.com
Cristiano, vlw!