As Armas Secretas
As Armas Secretas – Julio Cortázar – 2009 (Livro)
Inédito no Brasil até o ano passado, o livro de contos As Armas Secretas traz o inesquecível conto As babas do diabo, que inspirou Michelangelo Antonioni a realizar a sua obra-prima mais popular, Blow-Up (1966).
Trazido ao mundo editorial dos órfãos brasileiros pela José Olympio Editora, e vendido na saraiva por módicos R$ 13,90 (compre aqui), As Armas Secretas é publicação feita para estar em biblioteca de cinéfilos.
Cortázar celebra a fotografia no parágrafo: “Entre as muitas maneiras de se combater o nada, uma das melhores é tirar fotografias, atividade que deveria ser ensinada desde muito cedo às crianças, pois exige disciplina, educação estética, bom olho e dedos seguros. Não se trata de estar tocaiando a mentira como qualquer repórter, e agarrar a estúpida silhueta do personagem que sai do numero 10 de Downing Street, mas seja como for quando se anda com a câmara tem-se o dever de estar atento, de não perder este brusco e deliciosos rebote de um raio de sol numa velha pedra, ou a carreira, tranças ao vento, de uma menininha que volta com um pão ou uma garrafa de leite”.
O autor tece sua história sem saber em que pessoa contar, “...se na primeira ou na segunda pessoa, usando a terceira do plural, ou inventando constantemente formas que não servirão para nada”. E preocupado, a todo momento, com o tempo e o formato das nuvens (agora passa uma nuvem quase negra).
Inédito no Brasil até o ano passado, o livro de contos As Armas Secretas traz o inesquecível conto As babas do diabo, que inspirou Michelangelo Antonioni a realizar a sua obra-prima mais popular, Blow-Up (1966).
Trazido ao mundo editorial dos órfãos brasileiros pela José Olympio Editora, e vendido na saraiva por módicos R$ 13,90 (compre aqui), As Armas Secretas é publicação feita para estar em biblioteca de cinéfilos.
Cortázar celebra a fotografia no parágrafo: “Entre as muitas maneiras de se combater o nada, uma das melhores é tirar fotografias, atividade que deveria ser ensinada desde muito cedo às crianças, pois exige disciplina, educação estética, bom olho e dedos seguros. Não se trata de estar tocaiando a mentira como qualquer repórter, e agarrar a estúpida silhueta do personagem que sai do numero 10 de Downing Street, mas seja como for quando se anda com a câmara tem-se o dever de estar atento, de não perder este brusco e deliciosos rebote de um raio de sol numa velha pedra, ou a carreira, tranças ao vento, de uma menininha que volta com um pão ou uma garrafa de leite”.
O autor tece sua história sem saber em que pessoa contar, “...se na primeira ou na segunda pessoa, usando a terceira do plural, ou inventando constantemente formas que não servirão para nada”. E preocupado, a todo momento, com o tempo e o formato das nuvens (agora passa uma nuvem quase negra).
Alguns trechos do conto foram traduzidos quase instantaneamente para o filme. “A mulher disse que ninguém tinha o direito de tirar uma fotografia sem permissão, e exigiu que eu lhe entregasse o rolo do filme. Tudo isso com uma voz seca e clara, com sotaque de Paris, que ia subindo de cor e de tom a cada frase. Por mim, tanto fazia dar ou não o rolo do filme, mas qualquer um que me conheça sabe que, comigo, as coisas têm de ser pedidas com jeito. O resultado é que me limitei a formular a opinião de que a fotografia não só não estava proibida nos lugares públicos, como conta com o mais resoluto serviço social e privado”. (insistir cansa, mas acabam de passar duas nuvens desfiadas).
Comentários
Cultura na veia:
http://culturaexmachina.blogspot.com