Heleno
Um esquálido Rodrigo Santoro é a primeira imagem da película em preto e branco. Ele olha uma parede repleta de noticias de jornais antigos sobre sua personagem, parece louco, doente, a cena termina com ele rasgando os jornais e comendo.
A história do Brasil passa invariavelmente pelo futebol. O país de chuteira, como já escreveu Nelson Rodrigues, estranhamente tem muito pouca história sobre esse tema, e o que não faltam são personagens e material.
Heleno é bem vindo nessa seara. Além de fazer um retrato bem feito do craque problemático (dizem que o 1º deles), o filme possuí qualidades técnicas indiscutíveis, além de atores tarimbados, em especial o trio Santoro, Alinne Moraes e Angie Cepeda.
O ídolo botafoguense que encantava a torcida como a mesma garra que corria atrás das mulheres, e foi interrompido por uma doença degenerativa, peca justamente onde outros poucos já erraram, no futebol. Imagens em close e escassas cenas fazem de Heleno um filme muito mais sobre a doença do que seu tema principal.
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