O Lobo de Wall Street
The Wolf of Wall Street – Martin Scorsese – 2013 (Cinemas)
A merda era que eu já sabia
disso. Sabe quando você conhece uma garota, vocês conversam por horas,
identificam milhões de afinidades, dão risadas juntos e esquecem do mundo ao
redor. Você vai para casa e não consegue pensar em outra coisa a não ser nela.
Tudo que se faça o faz relembrar. E ai vocês começam a namorar e o que era bom
fica melhor, é só novidade, qualquer lugar é motel, qualquer reunião é festa,
qualquer jantar é banquete, qualquer rapidinha é surra de buceta.
Depois vocês se casam, e o que
era farra vai virando dor de cabeça, o que era sono se torna ressaca, o que era
idealização se torna realidade. Vem o que se chama de crise. Nada mais que se
produza parece ser bom, se olha o passado e enxerga o óbvio, que a qualidade se
foi. Ficou apenas a lembrança, o gosto agora amargo do que se passou. Isso
ocorre na vida de todo mundo, o topo só é feito para afinar, ficar mais fácil
de envergar, quebrar e derrubar.
Até que num dia, os
ingredientes se repetem, a velha mágica como que por milagre se juntam em
pedacinhos e o velho Scorsa, o filha da puta que sabe como ninguém fazer uma
narração em off soar eletrizante, o homem das sobrancelhas mais grossas do
cinema que adora a porra de uma trilha sonora sensacional, o pai do viado do
Tarantino que sabe pegar uma merda de um moleque e fazê-lo interpretar um
imbecil como ninguém, o nanico fala rápido que adora remexer filme antigo e
sabe colocar em cena um close arrepiante. O escroto do Martin Scorsese que fez
um filme de 3 horas parecer a porra de um clipe de 3 minutos dos Stones, sem
aqueles ingleses velhacos fudidos pela droga.
Mas que tem tudo lá que eles já
fizeram na vida.
(Agora sobre o filme) Reli uma frase essa semana do filme Clube do Imperador (2002) que ficou martelando minha cabeça, é do dramaturgo grego Aristófanes: "A juventude envelhece, a imaturidade é superada, a ignorância pode ser educada e a embriaguez passa, mas a estupidez dura para sempre". Em tempos de Justin Bieber, O Lobo de Wall Street e sua cena do metrô com as bolas suadas e o terno de 3 dias é o antidoto moral que precisamos. Viva a lava-jato.
(Agora sobre o filme) Reli uma frase essa semana do filme Clube do Imperador (2002) que ficou martelando minha cabeça, é do dramaturgo grego Aristófanes: "A juventude envelhece, a imaturidade é superada, a ignorância pode ser educada e a embriaguez passa, mas a estupidez dura para sempre". Em tempos de Justin Bieber, O Lobo de Wall Street e sua cena do metrô com as bolas suadas e o terno de 3 dias é o antidoto moral que precisamos. Viva a lava-jato.
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