House of Cards
House of Cards – David Fincher – 2013 (Netflix)
Dinheiro é a mansão em
Sarasota, que começa a desmoronar depois de 10 anos. Poder é o velho castelo de
pedra que resiste ao passar dos séculos. Eu não posso respeitar alguém que não
vê a diferença.
O Poderoso Chefão (1972) não é
só o melhor filme da humanidade. É o melhor livro, é a melhor fábula, se for
transforma-la em uma, e é a melhor analogia para a vida. A disputa por poder é
algo que resiste há milênios e nunca irá acabar.
A máfia acabou. Como
conhecemos ela, sim. Acabou, claro que ainda haverá eventos isolados onde
poderemos enxergar um ou outro sinal dela, porém a estrutura e a luta pelo
poder foram transferidos para outro universo. O universo político. O mundo
daqueles que recebem nossos votos para terem poder.
Qualquer político que consiga
70 milhões de votos deu de cara com alguém muito maior que ele, muito maior que
eu, embora eu odeie admitir.
Capitaneado por David Fincher,
um expert em tratar da psique humana, e com total liberdade para adaptar o
livro do político britânico Michael Dobbs e que gerou a série televisiva
homônima da BBC de Londres, House of Cards se passa nos corredores do congresso
norte-americano, mais precisamente nos gabinetes dos congressistas democratas,
mais exatamente no gabinete do deputado e líder da maioria Francis Underwood
(Kevin Spacey).
Frank, como ele mesmo gosta de
ser chamado (é, a relação vai ser íntima entre vocês, pode esperar) é uma
espécie de mafioso dentro da lei, aliás, leis que ele mesmo ajudou a fazê-las.
Casado com Claire (Robin Wright), com quem tem um relacionamento liberal,
Francis tem um único objetivo na vida (lembra da frase do inicio do post? É
dele).
House of Cards é o estudo mais
sarcástico do jogo do poder. É a diversão de um ator que tem a expressão mais
enigmática do cinema, e uma atriz que finalmente mostra todo seu potencial (e
até dirige um dos episódios), e um bando de coadjuvantes preparadíssimos pro
estrelato. House of Cards é o rasgo da última folha do livro da inocência que
nos deram na infância.
Toc. Toc.
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