15h17 para Paris
15:17 To Paris - Clint Eastwood - 2018
(Cinemas)
"Senhor, fazei de mim
um instrumento da vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde há ofensa, que eu leve o perdão. Onde há discórdia, que eu leve a
união. Onde há dúvida, que eu leve a fé. Onde há erro, que eu
leve a verdade. Onde há desespero, que eu leve a esperança. Onde
há tristeza, que eu leve a alegria. Onde há trevas, que eu leve a luz. Ó
Mestre, Fazei que eu procure mais consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido; amar que ser amado. Pois é
dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo
que se vive para a vida eterna."
Na oração da paz de São
Francisco de Assis ele pede a Deus que o transforme num objeto de sua paz. Essa
era a oração que Spencer Stone rezava quando criança, era nela que ele buscava
a tranquilidade quando as coisas saiam errado na sua vida.
É baseada neste oração que
o cineasta e lenda viva do cinema, Clint Eastwood, dita o ritmo de seu filme
sobre os 3 heróis norte-americanos do Trem de Bruxelas para Paris. Clint, aos
87 anos, parece procurar anônimos capazes de atos de heroísmo. Já houveram SniperAmericano (2014) e Sully (2016). Logo ele que muitas vezes foi chamado de anti-herói
pela mídia, e que até em sua vida pessoal foi capaz de atos de bravura quando
salvou um sujeito que morria engasgado com queijo. O fato é que se tem algum
diretor que entende de heroísmo e sempre esteve do lado correto da história,
essa pessoa chama-se Clinton Eastwood Jr.
Na pré-produção do filme,
o cineasta testou vários atores para interpretar os "meninos", até
que, numa das melhores ideias de sua carreira - e olha que foram muitas em
quase 40 películas - Eastwood decidiu transformar os heróis em atores. E eles
parecem prontos para a coisa (dedo do diretor?). O roteiro foi baseado no livro
que eles escreveram.
Mas 15h17 para Paris é
muito mais que um filme de super-heróis, ta na moda né, ele se debruça também
sobre educação, sobre sentimentalismos, sobre como educamos nossas crianças
atualmente. A história se volta à infância dos 3 garotos e vai descrevendo como
suas índoles foram formadas. Família presente, educação religiosa, respeito,
amizade, disciplina e patriotismo. O que funcionava em 1930, parece, num
estalar de algum dedo, não funcionar mais nos dias atuais.
Não temos como não fazer um paralelo com o
caso da mãe policial que matou o bandido no dia das mães da escola. A PM Kátia
Sastre, é digna de ser comparada a esses rapazes norte-americanos, digna de
receber as maiores honrarias que esse país tenha e digna de ser reverenciada
como heroína. Pode acreditar que a grande maioria da sociedade pensa assim, mas
a voz de alguns poucos imbecis ganharem microfone só mostra o quanto a nossa
sociedade está doente e matando seus filhos diariamente.
Pare de ler aqui se ainda não viu o filme e
pretende fazê-lo.
Para terminar, não
costumo me alongar muito, queria voltar a uma cena do filme que talvez passe
despercebida. É quando os 3, Spencer Stone, Alek Skarlatos e Anthony Sadler
esperam o trem chegar, e, ao se encaminharem para entrar, uma francesa pede
ajuda dos rapazes para levar seu pai para dentro. Solícitos e preocupados, eles
levam o senhor com tranquilidade para seu assento. Quando a confusão estoura,
Alek, armado da arma do bandido e ensanguentado volta até o vagão onde ajudou
os franceses pedindo que não saiam dali, as pessoas se assustam achando que ele
é o terrorista, mas a filha do senhor logo fala: - Não, está tudo bem, ele é um
bom homem.
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