Amistad
Amistad - Steven Spielberg - 1997
Nos deixem livres! Grita Cinque -
ao som da soberba melodia principal de John Williams - se levantando com
dificuldade, cheio de correntes, dos bancos dos réus onde se encontra amarrado
a mais 41 conterrâneos depois de uma rebelião no barco La Amistad onde se
encontravam amarrados nos porões. As pessoas que lotam o fórum ficam
estupefatos. A liberdade que Cinque implora vai muito além daquelas algemas em
seus pulsos e tornozelos. O seu grito ainda ecoa no século 21, quase 200 anos
depois. A verdadeira liberdade se estende a verdade sufocada, ao livre
pensamento, as amarras ideológicas, ela ultrapassa a barreira do corpo.
A história da humanidade, tão
escrita e reescrita de acordo com a ideologia do autor, é rica em detalhes.
Esse quebra-cabeças em busca da verdade deve passar pelos detalhes, o usurpador
não se preocupa com eles. A escravidão é uma delas, todas as nações passaram ou
ainda passam por isso. Nativos escraviza refugiados em troca de emprego, reis
escravizaram súditos no Egito, religiões violentas fizeram escravos nas
pacificas, e tribos inimigas escravizavam uns aos outros em troca de armas como
desenha Steven Spielberg aos inúmeros jornalistas brasileiros que escravizam as
mentes de seus leitores diariamente.
Colorir essa história apenas com
uma cor é apagar informações essenciais para o crescimento do indivíduo. Cinque
era tão forte, talvez o mais forte de sua tribo, que matou um leão que o atacou.
Mesmo assim se tornou escravo, porque o poder e não outros elementos
subentendidos é o responsável pela escravidão. A quem interessa não querer
divulgar essa verdade? Como diria o filósofo Edmund Burke: "é um erro
popular muito comum acreditar que aqueles que fazem mais barulho a lamentar-se
a favor do público, sejam os mais preocupados com o seu bem-estar".
Essa história verídica, como diz
a certa altura o ex-Presidente norte-americano, o republicano e abolicionista
John Quincy Adams (Anthony Hopkins) nos mostra a importância das tradições, de
ouvirmos nossos antepassados, e ter a compreensão de que quem somos é o que nós
fomos.
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